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Prefeito diz que foi chantageado e policial cobrou meio milhão por Dodge Ram

| O JACARé/BY RICHELIEU DE CARLO


O prefeito de Ivinhema, Juliano Ferro. (Foto: Reprodução)

O prefeito de Ivinhema, Juliano Barros Donato, o Juliano Ferro (PSDB), publicou um vídeo em suas redes sociais em que relata ter conversado com o policial militar Rodrigo Ferreira da Silva, 43 anos, e que o PM cobrou meio milhão pela Dodge Ram 2500 Laramie apreendida em operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), em outubro de 2024.

Juliano Ferro conta que recusou pagar este valor e que o veículo, atualmente, custa cerca de R$ 258 mil, e que se sentiu chantageado porque, antes de Rodrigo entrar na Justiça cobrando R$ 769 mil, o policial disse que pegaria mal para prefeito, uma figura pública, ser alvo de processo e queria o pagamento de meio milhão de reais.

Em contrapartida, Juliano Ferro orientou o PM a entrar com a ação como “terceiro de boa fé' para recuperar a Dodge Ram. Porém, o juiz Rodrigo Barbosa Sanches, da 1ª Vara de Ivinhema, acatou nessa semana o pedido do Gaeco e autorizou o leilão da caminhonete de luxo.

“Eles queriam me tomar meio milhão aqui dentro da minha casa, com chantagem, porque eu sou uma pessoa pública, uma figura pública, e se eu não desse R$ 500 mil, eles iam entrar com uma ação contra mim', diz Juliano Ferro em vídeo publicado no sábado (22). “E foi assim que fizeram. Só que eu sou homem e ninguém me coage'.

Em ação anulatória de negócio e cobrança de indenização por danos morais e materiais contra o prefeito de Ivinhema, o policial militar Rodrigo Ferreira da Silva relata que , em 12 de janeiro de 2023, celebrou um contrato de compra e venda da caminhonete com Juliano Ferro, mas o veículo estava em processo de inventário, e o negócio teve de esperar alguns meses para ser concluído pelo valor de R$ 366 mil. 

Algum tempo depois da aquisição, Rodrigo vendeu a Dodge Ram por R$ 300 mil ao empresário Luan Vinicius da Silva Matosa, mas registrada em nome de uma empresa familiar. O trato, porém, teve de ser desfeito após a operação do Gaeco.

Com a apreensão da caminhonete, Rodrigo teve de devolver R$ 120 mil e uma Chevrolet S10 LT, avaliada em R$ 180 mil, a Luan Vinicius Matos, representante da empresa Matos & Silva LTDA. Além do prejuízo, o policial militar também ficou sem a Dodge Ram 2500 Laramie, que segue apreendida no pátio da delegacia da Polícia Federal em Dourados e deve ir a leilão.

O negócio de R$ 366 mil entre Rodrigo da Silva e Juliano Ferro foi realizado com o pagamento de R$ 66 mil de entrada, complementado por uma Volkswagen Amarok avaliada em R$ 150 mil; os R$ 150 mil restantes deveria ser quitado no período de até um ano, somente após o encerramento do inventário.

A ação anulatória de negócio jurídico foi ajuizada no último dia 13 de março e são cobrados 20% do valor negociado devido à quebra de cláusula do contrato, que resulta em R$ 73,2 mil; mais R$ 300 mil de prejuízo material e R$ 30 mil de danos morais; além da devolução dos R$ 366 mil do negócio, resultando no total de R$ R$ 769.200,00. O processo está em trâmite na 1ª Vara Cível da Comarca de Ivinhema.

O Ministério Público Estadual apreendeu a Dodge Ram 2500 Laramie em operação deflagrada para investigar o tucano pelos crimes de falsificação de documentos públicos, corrupção passiva e ativa e lavagem de dinheiro. A suspeita é de que ele tenha comprado o carro após a morte do proprietário em Goiás e registrado irregularmente em nome de laranjas.


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