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Operação prende ex-superintendente de compras de Itaporã

| DOURADOS AGORA/FLáVIO VERãO


Operação foi realizada pelo MPMS em Corumbá e Itaporã - Foto; MPMS

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) deflagrou, nesta quinta-feira (23), a Operação “Fake Cloud', que apura um suposto esquema de fraude em licitações públicas e resultou na prisão de Nilson dos Santos Pedroso, atual secretário de Governo e Gestão Estratégica de Corumbá e ex-superintendente de compras de Itaporã, no sul do estado.

De acordo com o MPMS, Nilson ocupava o cargo em Itaporã à época em que os supostos crimes teriam sido cometidos. O órgão aponta que o grupo sob investigação atuava desde 2022, direcionando contratos de serviços de tecnologia e armazenamento em nuvem para favorecer uma empresa específica.

A operação foi conduzida pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc), com apoio da 1ª Promotoria de Justiça de Itaporã e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e seis de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Corumbá e Itaporã.

As investigações indicam que o grupo supostamente fraudava processos licitatórios simulando concorrência entre empresas, utilizando propostas fictícias e exigências técnicas direcionadas para eliminar possíveis competidores. Servidores públicos repassariam informações privilegiadas e ajustariam os editais para garantir que a empresa beneficiada vencesse as licitações.

Em troca, os envolvidos receberiam pagamentos indevidos, conforme apurado pelo Ministério Público. Ainda segundo a investigação, parte dos serviços contratados sequer teria sido executada, o que deu origem ao nome da operação — “Fake Cloud' (“nuvem falsa', em tradução livre).

O caso tem como foco contratos de fornecimento de sistemas de backup e armazenamento em nuvem firmados entre 2021 e 2024, durante a gestão anterior da Prefeitura de Itaporã. O MPMS apura os crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, além de fraude em contratações públicas.

Em nota, a Prefeitura de Corumbá confirmou a prisão de Nilson Pedroso e destacou que os fatos investigados não têm relação com a atual administração municipal. O comunicado reforça o compromisso com a transparência e a legalidade, afirmando que o município acompanha o caso “observando a lei e a presunção de inocência'.

Já a Prefeitura de Itaporã esclareceu que os procedimentos investigados ocorreram exclusivamente entre 2021 e 2024, antes do início do atual mandato do prefeito Tiago Carbonaro, que assumiu em janeiro de 2025. A atual gestão reiterou não ter qualquer vínculo com os fatos apurados e declarou estar colaborando com as autoridades.

Em nota oficial, o município reafirmou o compromisso com a ética e a integridade na administração pública, destacando que “permanece à disposição dos órgãos de controle e investigação, reforçando sua dedicação em conduzir uma gestão responsável e voltada ao interesse público'.

O MPMS segue colhendo provas e depoimentos para apurar o alcance do esquema e o envolvimento de outros agentes públicos e empresários.


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