Jovem foi vítima de “queima de arquivo” por não cumprir ordem de assassinato
Eduardo Brites armou emboscada para David Daniel de Oliveira Gomes por temer ser denunciado
| HELIO DE FREITAS, DE DOURADOS / CAMPO GRANDE NEWS
Um jovem de 19 anos foi assassinado em Dourados, Mato Grosso do Sul, após não cumprir uma ordem para matar um desafeto. Eduardo Ribeiro Brites, de 21 anos, mandante do crime, executou David Daniel de Oliveira Gomes em uma emboscada próxima ao Córrego Engano, no Jardim Santa Felicidade. A vítima foi atraída ao local por um terceiro envolvido, que agiu sob ameaças de morte. David foi morto com tiros nas nádegas, costas e cabeça. O autor do crime foi preso em Fátima do Sul, junto com seu cunhado, Valdenir Dauzacher, que o ajudou na fuga.
O crime ocorreu segunda-feira (29) ao lado do Córrego Engano, no Jardim Santa Felicidade, em Dourados. Localizada na região leste da cidade, a comunidade tem forte atuação de facções criminosas que controlam pontos de venda de entorpecentes.
Inicialmente, a suspeita era de que o rapaz tivesse sido morto por dívida de drogas. Dependente químico, ele estava devendo a traficantes. Parte desses débitos tinha sido paga recentemente pela família.
Eduardo Brites foi preso ontem pelo SIG (Setor de Investigações Gerais) em Fátima do Sul, na casa de parentes de seu cunhado, Valdenir Dauzacher, 24. Ele também está preso, acusado de ajudar na fuga do criminoso.
De acordo com o delegado Lucas Albé Veppo, chefe do SIG, Eduardo contratou David para que o jovem matasse um desafeto seu, morador na mesma região da cidade. No fim de semana, David foi até a casa do alvo, chegou a disparar tiros no local, mas não matou o desafeto de Eduardo.
Temendo ser denunciado como mandante e com raiva de David pelo atentado fracassado, ele decidiu matar o rapaz e preparou a emboscada na mata ao lado do córrego.
David foi atraído ao local por outro indivíduo, que foi até sua casa por volta do meio-dia de segunda-feira e o chamou para “dar uma volta'. Segundo o delegado, esse rapaz foi ameaçado por Eduardo. Caso se recusasse a ajudá-lo, ele e sua família seriam mortos.
“Identificamos essa pessoa, que em depoimento na delegacia afirmou que tinha atraído a vítima até o local do crime sob ameaça do autor', explicou o delegado. Na beira do córrego, David foi morto com tiros nas nádegas, nas costas e na cabeça. A arma do crime ainda não foi localizada. Eduardo disse à polícia que jogou o revólver em um riacho.




