Por reivindicações diferentes, 3 rodovias são fechadas em MS
Bloqueios acontecem na BR-262, MS-384 e MS-156
| ANTONIO BISPO / CAMPO GRANDE NEWS
Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra) e indígenas das Aldeias Bororó e Jaguapiru realizam bloqueio em três rodovias de Mato Grosso do Sul, na manhã desta segunda-feira (25). O trânsito está bloqueado na BR-262, Km 492 entre as cidades de Anastácio e Miranda; MS-384, KM 24 entre os municípios de Antônio João e Ponta Porã; e MS-156 entre Dourados e Itaporã.
Ao Campo Grande News, integrante da Direção Estadual do MST, identificado como Zeca, contou que o grupo reivindica por terras, crédito e alimentação para as famílias acampadas.
“Nós já estamos há dois anos de governo progressista e ainda nossas famílias acampadas não tiveram respostas do Governo Federal. O Incra do MS precisa apresentar para nós, uma resposta concreta de quantas famílias vão assentar esse ano ainda, e apresentar quais áreas já [foram] colocadas pelo próprio Governo Federal', afirmou.
Além disso, o movimento solicita a presença do presidente do Incra-MS (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária de Mato Grosso do Sul), Paulo Roberto da Silva, que afirmou à reportagem que já está em contato com a liderança do MST. “Estamos ajustando agenda para atender eles, junto também com Direção Nacional do INCRA', disse
Enquanto isso, as rodovias seguem bloqueadas sem previsão de liberação por parte dos manifestantes. Equipes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e PMR (Polícia Militar Rodoviária) também estão no local para garantir a segurança dos usuários nas vias.
Outra manifestação – Indígenas das Aldeias Bororó e Jaguapiru também realizam bloqueio de rodovia na manhã desta segunda-feira. Nesse caso, os manifestantes protestam por falta d´água na reserva, pois segundo eles, estão “cansados das promessas dos políticos'.
O grupo ameaça, ainda, fechar o anel viário e o acesso ao Hospital da Missão Caiuá, em Dourados.
Na última quinta-feira (21), o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, chamou de “vergonha' a falta de água enfrentada pela maior comunidade indígena de Mato Grosso do Sul, a Reserva de Dourados, onde vivem ao menos 20 mil pessoas.
Durante o lançamento do programa que visa atender comunidades indígenas em seis cidades do Estado, ele disse que não vai terminar o atual mandato sem resolver o problema que se arrasta há anos. Porém, Dourados ficou de fora dos benefícios garantidos pelo programa.
“Não vamos terminar nosso mandato sem resolver o problema de Dourados. Vamos atrás de recursos, vamos pedir apoio da Itaipu, mas temos que acabar com essa vergonha. É inaceitável. Vamos avançar sem deixar ninguém para trás. Não quero acabar esse mandato sem entregar água e dignidade às pessoas e sem acabar com a pobreza extrema', afirmou Riedel.