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Usado contra diabetes, Mounjaro ganha aval para tratar obesidade

Anvisa agora permite a prescrição do tirzepatida a pacientes com IMC superior a 30

| GUSTAVO BONOTTO / CAMPO GRANDE NEWS


Caixa da tirzepatida, cujo nome comercial se tornou popular: Mounjaro. (Foto: George Frey/Reuters)

Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, nesta segunda-feira (9), o uso do medicamento Mounjaro para tratar obesidade e sobrepeso com comorbidades em adultos no Brasil.

A decisão, publicada no DOU (Diário Oficial da União), permite a prescrição do remédio tirzepatida a pacientes com IMC (índice de massa corporal) igual ou superior a 30, ou com IMC a partir de 27 e ao menos uma doença associada, como hipertensão ou pré-diabetes. O medicamento já era autorizado para tratar diabetes tipo 2 e agora ganha nova indicação com base em estudos clínicos.

Comercializado pela farmacêutica norte-americana Eli Lilly, o Mounjaro é uma solução injetável de aplicação semanal que age sobre dois hormônios intestinais, GLP-1 e GIP, envolvidos no controle do apetite, metabolismo e níveis de glicose. Ao ativar os dois receptores, a tirzepatida apresenta ação potencializada em relação a medicamentos que atuam apenas no GLP-1, como a semaglutida.

Testes clínicos com milhares de voluntários demonstraram que pacientes que usaram o Mounjaro perderam, em média, 22,5% do peso corporal em 72 semanas. Em comparação, o grupo tratado com semaglutida perdeu 13,7%. Houve ainda redução da circunferência abdominal e melhora de parâmetros como colesterol e pressão arterial.

A caneta chegou às farmácias brasileiras em maio, nas concentrações de 2,5 mg e 5 mg. As doses aumentam gradualmente até o limite de 15 mg. O tratamento, segundo a farmaceutica, deve ser feito com acompanhamento médico, pois o remédio pode provocar efeitos colaterais como hipoglicemia, náuseas e desconfortos gastrointestinais.

Os preços variam conforme a adesão ao programa de fidelidade da fabricante. Pelo “Lilly Melhor Para Você', o custo vai de R$ 1.406,75 a R$ 1.859,65, dependendo da dose e da forma de compra. Fora do programa, os valores sobem e podem alcançar R$ 2.384,34, conforme a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) estadual.

Para conter o uso indiscriminado, a Anvisa determinou que medicamentos dessa classe só poderão ser vendidos mediante retenção de receita, regra que começa a valer ainda neste mês. O Mounjaro possui tarja vermelha e só pode ser usado com prescrição médica.

“Com a decisão, a prescrição médica deverá ser feita em duas vias, e a venda só poderá ocorrer com a retenção da receita na farmácia ou drogaria, assim como acontece com os antibióticos. A validade das receitas será de até 90 dias a partir da data de emissão', diz o comunicado da Anvisa.


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