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Alunas de medicina sofrem importunação sexual na casa de professora

Estudantes foram recebidas por homem só de cueca e beijadas à força pelo filho da docente

| JORNAL GRANDOURADOS/HELIO DE FREITAS, DE DOURADOS / CAMPO GRANDE NEWS


Bloco da Faculdade de Medicina da UFGD, na Cidade Universitária de Dourados (Foto: Divulgação)

Quatro alunas de medicina da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) denunciaram à polícia importunação sexual na casa de uma professora de neuroanatomia. O caso ocorreu na segunda-feira (9), em Dourados (MS), durante uma prova aplicada na residência da docente. As estudantes relatam que foram recebidas por um homem idoso seminu e, posteriormente, agarradas e beijadas à força pelo filho da professora. Segundo o boletim de ocorrência, a professora presenciou os atos e não interveio. As alunas afirmam que a docente já havia sido proibida de aplicar provas em casa. A UFGD manifestou repúdio ao ocorrido e informou que adotará medidas administrativas e disciplinares. A universidade prestará apoio às vítimas e acompanhará o caso junto à Polícia Civil.

Conforme o boletim de ocorrência registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), os atos ocorreram nesta segunda-feira (9), na casa da professora, que é psiquiatra, localizada no Portal de Dourados, bairro de alto padrão da maior cidade do interior de Mato Grosso do Sul.

As acadêmicas do 2º semestre do curso, de 19, 20, 21 e 25 anos, afirmam que foram até a residência da professora para fazer uma prova e, quando chegaram, foram recebidas por homem idoso, usando apenas cueca. Depois, foram agarradas e beijadas à força pelo filho da psiquiatra, homem adulto com idade entre 25 e 30 anos.

Prova em casa – De acordo com a denúncia, as alunas foram comunicadas pela professora que a avaliação seria aplicada na casa dela.

Quando chegaram à residência, foram recebidas por homem com idade em torno de 70 anos, trajando apenas roupa íntima. Logo em seguida, a professora apareceu na porta, pediu desculpas e solicitou que as alunas entrassem na casa.

Enquanto estavam sentadas na sala, aguardando a chegada de mais um acadêmico para o início da prova, as alunas afirmam que foram surpreendidas por outro individuo do sexo masculino, que teria chegado pelas costas delas, passando a abraçá-las e beijá-las. Ele teria, inclusive, conseguindo beijar a boca de uma das acadêmicas.

Segundo a ocorrência policial, os atos aconteceram na presença da professora, que não o impediu. Para se desvencilhar do homem, uma das acadêmicas disse que tinha namorado. A todo o momento, conforme a denúncia, o individuo dizia: “quanta mulher bonita, quero tirar foto com elas'.

Diante da cena, a professora teria falando para outra pessoa da casa: “tira esse merda daqui', novamente pedindo desculpas às alunas, dizendo que se tratava de seu filho, que tem TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Mesmo abaladas, as estudantes fizeram a prova, corrigida em seguida pela professora. A psiquiatra teria dito: “quem não gostou da nota, pode voltar aqui em casa, estude e volte'.

As acadêmicas disseram ter conhecimento que tal professora já havia sido proibida de aplicar avaliações em sua residência, mas não a questionaram, pois, além dela ser autoritária, precisavam de nota.

Entretanto, após o ocorrido, acreditam que não tiveram o desempenho que poderiam ter, pois todas estavam completamente abaladas emocionalmente e constrangidas com a situação. Quando saíram da casa da professora, elas foram até a delegacia e registraram a denúncia.

Universidade – Em nota, a reitoria da UFGD manifestou repúdio a todas as formas de violência contra mulheres, “especialmente diante da denúncia de importunação sexual envolvendo estudantes de medicina na noite do dia 9 de junho de 2025'.

A universidade informou que já está adotando os procedimentos de apuração e responsabilização no âmbito de sua corregedoria, que acompanhará o caso em contato com a Polícia Civil e prestará todo o apoio necessário para a apuração dos fatos, fornecendo informações e documentos demandados pelas autoridades competentes.

“Internamente, a universidade está adotando as providências cabíveis para garantir o acolhimento adequado às vítimas e assegurar que medidas disciplinares e administrativas sejam tomadas, conforme os regulamentos institucionais e a legislação vigente', afirma.

A reitoria continua: “reiteramos nosso compromisso com a promoção de ambiente acadêmico seguro, respeitoso e livre de qualquer tipo de violência ou assédio. A UFGD seguirá trabalhando para fortalecer políticas de enfrentamento à violência de gênero e para promover a conscientização de toda a comunidade universitária'.

A universidade não se manifestou sobre a denúncia de que a professora já teria sido proibida de aplicar prova em casa, como afirmam a acadêmicas.


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