Kemp defende saída do PT da base do governo
| INVESTIGAMS/WENDELL REIS
A declaração de apoio do governador Eduardo Riedel (PSDB) ao projeto de anistia para condenados pela invasão aos prédios dos poderes, no dia 8 de janeiro de 2023, continua gerando desconforto.
Após a publicação, o deputado Pedro Kemp (PT) declarou que chegou a hora de o PT deixar a base de sustentação do governo Riedel.
“Acredito que chegou a hora do PT desembarcar desse governo. Não é possível conviver com um governo que apoia golpistas e não tem apreço pela democracia', avaliou.
O deputado entende que o partido precisa deixar o governo e montar uma proposta alternativa para ser apresentada no próximo ano.
“Temos que nos preparar para construir nosso projeto para 2026 e deixar claro nossas diferenças político-ideológicas. Nosso compromisso é com a reeleição do presidente Lula, liderança respeitada no mundo todo e que precisa dar continuidade ao projeto de combate às desigualdades sociais, de defesa da democracia e do crescimento econômico com sustentabilidade ambiental. O PT em MS precisa apresentar um projeto alternativo de governo afinado com nosso projeto nacional. Sem anistia para golpistas!! Golpe nunca mais!! Democracia sempre', declarou.
Defesa à anistia
O governador Eduardo Riedel (PSDB) usou a rede social, neste sábado, para se posicionar favorável ao projeto de anistia a presos da invasão do 8 de janeiro, que deve ser votado no Congresso.
“Tenho conversado recentemente com o governador Tarcísio (governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas), a senadora Tereza Cristina, entre outros líderes do nosso país, a fim de defender uma revisão da dosimetria de penalizações sobre os acusados do 8/1. Considero necessário aprovar uma anistia, que em muitos casos também tem caráter humanitário', iniciou Riedel.
O governador disse ainda que, do ponto de vista dele, não dá para julgar e penalizar com a mesma régua o que é completamente diferente.
“Do ponto de vista político, acredito que o Congresso Nacional tem obrigação de votar a matéria, considerando-a inclusive como um passo imprescindível para a pacificação do país. Não dá pra errar de novo e no mesmo lugar: tentar reparar eventuais excessos cometidos naquele momento com excessos do atual momento', comentou.
Riedel continuou o texto falando em olhar para frente e se afastar da guerra política e confronto ideológico.
“Temos de olhar para a frente e nos afastarmos da guerra política e dos confrontos ideológicos para reunir forças e fazer o verdadeiro enfrentamento dos problemas nacionais gigantescos, que estão à espera de novas ideias, uma agenda mais realista e com coragem para fazer o que precisa ser feito. Ou seja, cuidar da agenda do Brasil real, do Brasil verdadeiro. É nisso que eu acredito. E percebo que este é o sentimento de todo o nosso país', postou.