O ex-governador e presidente estadual do PSDB em Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, ainda tenta convencer o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a aceitar a desistência da filiação dele ao Partido Liberal (PL).

Azambuja prometeu se filiar ao PL na tratativa para Bolsonaro trair Tereza Cristina (PP) e apoiar Beto Pereira (PSDB) para Prefeitura de Campo Grande. Agora, Bolsonaro cobra a promessa, mas o ex-governador não está muito interessado em se mudar para o PL.

Para fazer Bolsonaro aceitar o descumprimento da promessa, Azambuja tenta convencê-lo de que pode eleger dois senadores dele em Mato Grosso do Sul: uma vaga para ele e outra para o senador Nelsinho Trad (PSD), que tentará a reeleição.

Azambuja tenta emplacar Nelsinho no PL para ser um dos candidatos de Bolsonaro. Assim, cumpriria a promessa de eleger dois senadores da “direita' no Estado.

A costura feita por Azambuja passa pelo senador Rogério Marinho (PL), uma das lideranças com influência no partido. Foi ele um dos responsáveis por convencer Bolsonaro e Waldemar da Costa Neto a entregar o partido para o PSDB na eleição do ano passado.

Nesta semana, Reinaldo esteve novamente em Brasília e voltou a falar com Rogério Marinho para dar uma satisfação, já que pediu prazo para definir o futuro. O PSDB esperava definir o futuro neste mês, mas a decisão sobre fusão ou federação ficou para o próximo mês. Azambuja está enrolando o PL com a desculpa de que aguarda a definição do PSDB, onde ele é secretário-geral do diretório nacional.

Nelsinho já declarou, antes da eleição do ano passado, que foi convidado por Jair Bolsonaro a se filiar ao PL, mas acabou recusando, alegando que tinha um compromisso com o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, de cuidar do partido na eleição para prefeito.

Na tentativa de filiação, ele conta com apoio de Reinaldo e do filho de Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro (PL). Entretanto, Bolsonaro tem declarado que o partido terá Gianni Nogueira (PL) como candidata ao Senado, o que pode pesar nas tratativas.