PUBLICIDADE

Boletim da Aprosoja-MS confirma queda nas exportações da soja em fevereiro

Aumento do dólar tem tornado a soja brasileira mais atrativa no mercado

| CORREIO DO ESTADO / JOSé ROBERTO DOS SANTOS


Boletim da Aprosoja-MS confirma queda nas exportações da soja em fevereiro - Gerson Oliveira / Correio do Estado

Mato Grosso do Sul exportou 447,9 mil toneladas de soja em fevereiro, cerca de 180 mil toneladas a menos quando comparado com o mesmo mês do ano passado. Apesar disso, cresceu 1.003% em relação ao mês de janeiro de 2025.

O volume total exportado em fevereiro de 2025 gerou uma receita 53% superior a receita de exportação de fevereiro de 2024. Os números são do Boletim Econômico da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul).

Segundo o economista da Aprosoja-MS, Mateus Fernandes, a dinâmica de preços no mercado internacional, devido principalmente ao aumento do dólar, tem tornado o preço da soja brasileira mais atrativa aos países compradores, o que fez com que houve uma alavancada na exportação na comparação com janeiro do ano passado. 

'Mas, devido às inseguranças geradas pelo clima, e uma oferta maior da soja brasileira, os preços não se valorizaram tanto, por isso a comercialização da safra ainda está em marcha lenta', analisa Mateus. Segundo Boletim da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), até 10 de março deste ano os produtores do Estado tinham comercializado 44,5% da soja safra 2024-2025 .

A média de preço no mês de janeiro foi de R$ 115,57 e em fevereiro alcançou R$ 116,23. 'A média do preço futuro da soja ficou em 121,12, indicando que os preços das sojas podem melhorar futuramente, o que pode fazer com que os produtores que estão colhendo e ainda não negociaram seus grãos, esperem um pouco para comercializar com preços melhores', destaca Mateus Fernandes.

A China foi o principal destinos da soja sul-mato-grossense em fevereiro, com volume exportado de 366,1 mil toneladas, representando 82% do total exportado. Para Argentina e Tailândia foram 9% e 6%, respectivamente.

EXPORTAÇÃO DE MILHO

O Mato Grosso do Sul por sua vez, exportou um volume total de 26,4 mil toneladas de milho, uma redução na proporção de 89% em comparação com o volume exportado pelo Mato Grosso do Sul em fevereiro de 2024. Essa redução de volume exportado resultou numa receita de exportação inferior em 89% na comparação com fevereiro de 2024.

A comercialização do milho no Mato Grosso do Sul deu uma acelerada nos últimos meses devido às condições melhores de preços. Em janeiro a média de preços foi de 59,59 e em fevereiro a média alcançou 59,97, uma leve melhora, mas o que tem chamado mais atenção é a amplitude de preços. Em algumas regiões a saca de milho estão chegando a 80,00. 

De acordo com análise da Aprosoja-MS, a partir do Boletim Econômico de fevereiro-2025, apesar da quantidade de grão disponível não ser tão alta, os produtores que deixaram para comercializar tardiamente, estão conseguindo preços melhores internamente. 

Essa condição de preços melhores internamente tem feito com que a comercialização internacional desacelerasse. O Estado tem investido mais na industrialização, o que fez com que a demanda interna se elevasse, diminuindo dessa forma, a dependência do mercado internacional em relação ao grão de milho.

CELULOSE E CARNE LIDERARAM EXPORTAÇÃO

Conforme a Carta de Conjuntura do Setor Externo, referente a fevereiro de 2025, elaborada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), a celulose foi o carro-chefe das exportações sul-mato-grossenses de fevereiro, representando 41,4% do total exportado, seguida pela carne bovina (15,4%).

O valor das exportações de celulose apresentou um crescimento expressivo de 97,9% na comparação anual, impulsionado pela alta demanda do mercado internacional, especialmente da China, que segue como principal destino das exportações do estado. 

Entre os demais produtos, a soja e o milho apresentaram queda nas exportações. A soja registrou uma retração de 32,2% em valor e 19,8% em volume, enquanto o milho teve uma queda ainda mais expressiva, de 84,8% em valor.


PUBLICIDADE
PUBLICIDADE