Para que o tráfico de substâncias ilícitas dê certo, os criminosos se valem dos mais diversos artifícios e, durante trabalhos realizados por agentes da Polícia Federal, um carregamento de quase cem quilos de cocaína foi encontrado escondido na estrutura de um caminhão caminhão Munck. 

Segundo divulgado recentemente pela Superintendência Regional da PF em Mato Grosso do Sul, esse caso foi  registrado no último fim de semana no Estado e várias suspeitas levaram os agentes até a apreensão. 

Na ação no último sábado (15), houve a autuação do motorista em flagrante por tráfico de drogas, carregamento esse que somou aproximadamente 99,6 kg de cloridrato de cocaína.

Durante a fiscalização de rotina, os agentes identificaram o braço mecânico do caminhão tipo munck apresentava uma certa irregularidade e, após essa suspeita inicial, o motorista passou a ser indagado em vistoria.  

Questionado, o homem começou a apresentar contradições e mudando algumas vezes  de quais seriam seus itinerários de origem e destino, afirmando por fim que teria saído da Cidade Branca de Corumbá no início da madrugada. 

'Diante das informações inconsistentes, policiais realizaram uma inspeção minuciosa no caminhão, localizando a droga escondida no braço mecânico e em dispositivos anexos da estrutura do veículo', cita a PF em nota. 

'Mocós de pó'

Apreensões recentes revelam que o crime organizado ainda se vale de algumas práticas antigas, como o uso dos populares 'mocós', como são chamados os esconderijos feitos em veículos, por exemplo, para acomodarem as substâncias a serem distribuídas ao tráfico. 

Somente neste ano, num intervalo de 30 dias, carregamentos foram localizados ocultos das mais diversas formas, entre cargas de ossos, minério e até entre produtos de limpeza.

Em 12 de fevereiro, por exemplo, 120 kg de cocaína foram apreendidos na BR-262, droga essa que estava fracionada e escondida entre cargas de ossos, armazenadas em tambor plástico com capacidade para armazenar até 200 litros 

Outra carga interceptada na BR-262, menos de dez dias depois, também tentava passar substâncias entorpecentes entre carregamento lícitos, sendo 391 kg de cocaína e 247 Kg de maconha localizados nessa ocasião em um bitrem, que transportava minério de ferro. 

Como se não bastasse, até mesmo uma carga de produtos de limpeza foi usada para tentar camuflar um carregamento de cocaína que, segundo a Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira (DEFRON), foi avaliado em R$ 15 milhões após apreensão feita em após o início de março.