Parcelamento de dívida com Previbai vai ser debatido na Câmara
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Por Clesio Damasceno / A Gazeta
O Previbai vai voltar a ser pauta de debates na Câmara Municipal de Amambai nesta segunda-feira (10). Na última quinta-feira chegou à Casa de Leis um projeto do Executivo Municipal sobre pedido de parcelamento da dívida que a prefeitura acumula com o Previbai.
A dívida com déficit atuarial acumulada deve chegar a mais de R$ 13 milhões. No dia 25 de novembro do ano passado, a Câmara não aprovou o parcelamento da dívida naquela data, que era de cerca de R$ 9,5 milhões.
No total a prefeitura tem que repassar mensalmente ao Previbai, fora a obrigação patronal, cerca de R$ 1,4 milhão, que é a soma do déficit mais parcelamento de dividas de 2012 e 2023. (Veja matéria sobre o Previbai clicando AQUI)
BOMBA RELÓGIO
Não é nenhum exagero afirmar que as contas do Previbai é uma “bomba relógio” e difícil de ser desarmada. Discutir o parcelamento das dívidas acumuladas é apenas um dos fios que compõem essa bomba.
Os cerca de R$ 13 milhões em dívidas acumuladas desde março do ano passado são a soma dos déficits mensais que deveriam ser pagos pela prefeitura e que não vêm sendo quitados.
Mas fora esse déficit, a composição das finanças do Previbai vem do desconto de 14% sobre o salário dos servidores concursados e de mais 18,07% da obrigação patronal que a prefeitura repassa sobre a folha dos concursados.
No total, o Previbai recebe mensalmente (ou deveria estar recebendo) cerca de R$ 2,8 milhões, que vêm dos servidores (cerca de R$ 700 mil), da obrigação patronal (cerca de R$ 900 mil) e mais o déficit atuarial, que em fevereiro chegou a R$ 1,170mi). O repasse dos servidores e o patronal estão em dia, mas a prefeitura não vem conseguindo pagar o déficit atuarial.
Ainda dentro da composição dessa “bomba relógio”, existe o saldo na conta do Previbai, acumulado ao longo dos anos, que está em torno de R$ 90 milhões. Esse recurso é aplicado em fundos de investimentos e rendas fixas que podem ajudar a compor a receita.
Toda essa matemática junta: desconto dos servidores, obrigação patronal e rendimentos do saldo do Previbai, soma valores para garantir a aposentadoria futura dos servidores do município. Quando essa soma conjunta não é suficiente para garantir a aposentadoria para os próximos 35 anos, então gera-se o déficit atuarial, que a prefeitura tem que pagar.
CONTRIBUINTE É QUEM PAGA
O que muita gente ainda não se deu conta é que a prefeitura administra a arrecadação de tributos que a população paga e, portanto, quem paga o déficit é a população.
Por isso, para a população, o parcelamento da dívida acumulada é apenas um dos problemas que a prefeitura tem com o Previbai. E a questão é: como resolver esse “furo” que o cálculo atuarial aponta e que está tirando do dinheiro dos contribuintes mais de R$ 1 milhão todo mês (em fevereiro foi R$ 1,170mi) que poderia ser investido em outras áreas para atender toda a população, mas vai para um fundo que atende apenas uma pequena parcela.
Nos últimos meses, a prefeitura vem anunciando que tem dívidas milionárias a serem saldadas e por isso faltam recursos para investir em áreas essenciais para a população, como a saúde, por exemplo. Uma dessas dívidas, a maior delas, é com o Previbai.
A previdência em geral é um problema de todo o país. E, no caso de Amambai, o Previbai é um assunto de extrema e urgente necessidade e seriedade. A Casa de Leis tem a responsabilidade de chamar para si esse debate, e em conjunto com o Executivo Municipal, encontrar caminhos para ajustar essas contas, sem viés político e deixando de lado interesses partidários ou de classe.