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Tradicionais ‘filas da madrugada’ somem em Campo Grande em dia de Black Friday

Pós-pandemia, tradição de enfrentar filas físicas diminuiu, mas deve voltar aos poucos nos próximos anos

| MIDIAMAX/KARINA CAMPOS , JENNIFER RIBEIRO


Movimento tranquilo no Centro (Nathalia Alcântara, Midiamax)

A Black Friday é conhecida como o período de promoções, filas na madrugada e disputa por itens com desconto. Nesta sexta-feira (29), o Centro de Campo Grande estava vazio, sem a tradicional movimentação de clientes nas primeiras horas do dia.

Louise Macedo chegou 6h30 e ficou surpresa por ser uma das primeiras da fila. Ela ressalta que era comum enfrentar lotação nas lojas em busca dos descontos antes da pandemia. Ela está em busca de um micro-ondas para a chácara.

A aposentada não pesquisou com antecedência, contudo, juntou dinheiro para pagar o produto à vista. “Vou andar pelo Centro e pesquisar o melhor preço. Nem todo mundo está com dinheiro. Antes, o pessoal dormia nas filas, nem sabia o que queria comprar, só saía pegando. Hoje não. A pessoa vem já sabendo o que quer comprar e quanto pretende gastar', diz.

Também em frente a uma loja no Centro, que só abre às 7h, Leila Rodrigues aproveita para conferir as promoções enquanto acompanha a mãe em uma consulta medica. “Quero um forno elétrico. Eu vi que estava em média R$ 900 e espero pagar uns R$ 700'.

Grande parte das lojas ainda estava fechada quando a reportagem foi ao Centro, pois abrem às 8h.

Fim das filas?

Com o aquecimento das vendas pela internet durante e após a pandemia, a tradição de enfrentar filas em lojas físicas diminuiu, mas não deve acabar. É o que mostra levantamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

Isso porque o varejo conseguiu abrir mais lojas físicas e online em 2023, após a pandemia ter engavetado projetos.

Para 2024, ganhou força o discurso entre as redes de redução ou manutenção das aberturas frente ao ano passado, e as expectativas da maioria têm ficado mais perto do “piso' do que do “teto' das projeções informadas ao mercado.

Uma reação mais forte na expansão dependerá do cenário de aceleração no consumo, com possível liberação de crédito mais barato, após a queda de juros, e permanência de queda da inflação.

Atacadistas, supermercadistas, redes de móveis e eletrônicos, de produtos para “pet' e de moda têm seguido essa linha de recuo ou estabilidade nas expansões neste ano.

Os dados coletados pela CNC no Mapa das Empresas do governo federal, mostram que, no ano passado, o total de estabelecimentos atingiu 2,53 milhões, avanço de 8,1% frente ao ano anterior, versus alta de 9% em 2022 e 9,7% em 2021. 

Faturamento no Centro

A Black Friday deve movimentar mais de R$ 400 milhões em Mato Grosso do Sul, segundo um levantamento feito pelo Sebrae/MS e IPF-MS (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS).

Ao todo, foram entrevistadas 1.981 pessoas, entre 4 e 11 de novembro, nos municípios de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Coxim, Bonito, Corumbá, Ladário e Três Lagoas. De acordo com a pesquisa, entre os produtos mais desejados pelos consumidores, os segmentos de móveis, eletrodomésticos e eletrônicos lideram o ranking com 47,32% da intenção de compra. Em segundo lugar, aparecem roupas, calçados e acessórios, com 29,19%, seguidos por notebooks e computadores, com 9,06%.


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