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Mato Grosso do Sul celebra 47 anos com muitas conquistas e destaque para o paradesporto

O sul-mato-grossense Yeltsin Jacques é mais um dos nossos atletas que leva o nome do estado por onde passa

| BEL MANVAILER/COMUNICAçãO SETESC 


Foto: Arquivo/Fundesporte

Neste 11 de outubro, Mato Grosso do Sul celebra 47 anos de sua criação, marcada por uma história rica em cultura, diversidade e grandes conquistas no esporte. Ao longo dessas décadas, o Estado se consolidou como um verdadeiro celeiro de talentos, com atletas de todas as idades, cujas histórias de superação e orgulho refletem o espírito sul-mato-grossense.

Por que não contar essas histórias por meio de personagens inspiradores do esporte no estado? Contando as histórias de nossos atletas de diferentes idades, modalidades e trajetórias, compartilhando suas experiências e conquistas.

Entre esses exemplos está o 'Cowboy de Aço', Fernando Rufino, natural de Eldorado e radicado em Itaquiraí. Um símbolo do estado, Rufino, o “peão de boiadeiro', levou o nome de Mato Grosso do Sul e a cultura caipira ao lugar mais alto do pódio: multicampeão paralímpico, nas edições de Tóquio-2020 e Paris-2024.

Sobre a transformação que o esporte trouxe para sua vida, Rufino destaca:

'O legado que quero deixar é que um caboclo sertanejo, de uma cidade pequena e simples, vindo da roça, um peão de boiadeiro que teve seus sonhos interrompidos por um acidente, encontrou no esporte um refúgio. O esporte me abraçou, me fez realizar meus sonhos, construir uma carreira próspera e trazer estabilidade para minha família. O legado que quero deixar é que todos podem conseguir. O cowboy de aço, que era peão de boiadeiro, se tornou campeão paralímpico, conhecendo mais de 20 países'.

O sul-mato-grossense Yeltsin Jacques é mais um dos nossos atletas que leva o nome do estado por onde passa. Este ano, ele conquistou o bicampeonato paralímpico na prova dos 1.500 metros da classe T11 (para atletas com deficiência visual) nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024.

Com o tempo de 3min55s82, Yeltsin assegurou a medalha de ouro e quebrou seu próprio recorde mundial, superando a marca de 3min57s60, estabelecida na Paralimpíada de Tóquio 2020.

Ao falar sobre ser um representante de Mato Grosso do Sul, tanto nacional quanto internacionalmente, ele ressalta:

'Poder, mais uma vez, dar esse presente ao Mato Grosso do Sul, essas medalhas paralímpicas, mais duas medalhas, para mim é um orgulho. Representar o estado, viver no Mato Grosso do Sul junto com minha família e treinar no mais alto nível e rendimento possível, é uma honra imensa'.

Sobre a visibilidade que o esporte paralímpico traz para o estado, ele comenta. 'Trazer essa visibilidade para o Mato Grosso do Sul é um orgulho gigantesco. Hoje, digo com orgulho que nasci e cresci em Campo Grande, conheço cada pedacinho desta terra. Viajei por praticamente todo o estado, desde moleque, correndo e participando de provas no interior. Hoje, ser recebido com tanto carinho nessas cidades é extremamente gratificante e algo realmente grandioso'.

Yeltsin Jacques e Guilherme Santos são recordistas mundiais na prova de 1.500M

Histórias de Superação

O patrimônio esportivo de Mato Grosso do Sul não se limita aos grandes nomes paralímpicos. Ele também é composto por atletas da terceira idade, que trazem consigo a sabedoria da experiência. Esses atletas mostram que, mesmo na velhice, é possível viver intensamente o espírito esportivo, seja nas conquistas em competições, seja pelo simples prazer de reencontrar amigos, fazer novas amizades e aprender algo novo a cada desafio.

Maurício Ferreira de Moraes, de 74 anos, é um exemplo disso. Morador de Campo Grande, ele é atleta de vôlei adaptado, participa anualmente dos Jogos da Melhor Idade de Mato Grosso do Sul e pratica o esporte há 12 anos. Maurício destaca as mudanças que o esporte trouxe para sua vida.

'Antes de conhecer o esporte, eu passava o dia assistindo TV e, de vez em quando, ia para o pátio do condomínio. Hoje, eu conto os dias para os treinos e jogos, e me dedico totalmente. Viajamos com o grupo para várias cidades, participamos de torneios e dos campeonatos da terceira idade, onde interagimos com todos. Nossa maior vitória é a união – todos juntos praticando esporte com garra. Podemos nos orgulhar de ter saúde, de nos divertir, sorrir e abraçar uns aos outros'.

Ao relembrar a criação do estado, Maurício comenta que 'antes da divisão, trabalhava na Cemat. Com a separação, os nomes também mudaram. Aqui passou a ser Mato Grosso do Sul, e lá continuou Mato Grosso. As empresas onde eu trabalhava também mudaram. Aqui virou Enersul, e lá continuou Cemat'. 

À esquerda, Maurício segura o troféu após a vitória com equipe de voleibol adaptado

Outro exemplo da história esportiva em Mato Grosso do Sul é Edvaldo de Oliveira, de 61 anos, que fez parte da equipe Copaza, até hoje considerada a principal força do voleibol sul-mato-grossense.

Formada nos anos 1980, a equipe foi financiada por uma empresa distribuidora de gás, e Edvaldo, conhecido como 'Tigresa', ajudou o clube campo-grandense a despontar no cenário nacional, figurando entre os três melhores do país entre 1984 e 1987. O time, inclusive, conquistou o terceiro lugar na Copa do Brasil de 1985, uma inédita colocação.

Hoje, Edvaldo reside em Campo Grande e trabalha com vendas e consultoria de sistemas de segurança. Ele comenta sobre ter feito parte de uma geração que levou o nome do voleibol sul-mato-grossense mais longe.

'É bom saber que fiz parte de uma geração que iniciou um longo caminho para o fortalecimento do voleibol brasileiro no cenário internacional. Dois jogadores que foram meus companheiros de equipe fizeram parte da primeira seleção brasileira campeã olímpica. Em 1985, o Copaza alcançou o terceiro lugar na Copa do Brasil, uma conquista inédita. É um sentimento de vitória ver que todo o esforço foi recompensado e saber que fiz o melhor para alcançar os objetivos', destaca Edvaldo.

O futuro do esporte em Mato Grosso do Sul está garantido pelas nossas crianças e jovens, que têm se destacado nas competições escolares, carregando consigo a responsabilidade e o orgulho de representar o estado. Cada medalha, cada vitória refletem o potencial de atletas que são o futuro do nosso estado.

Janaina, participa de etapa nacional dos Jogos Escolares em Recife, Pernambuco

Janaina de Lima Colman, de 13 anos, ponta-poranense foi uma das atletas destaques dos Jogos Escolares Brasileiros, finalizados no dia 3 de outubro em Recife (PE). Janaina recebeu a medalha de ouro na Série Ouro, na prova de lançamento do martelo, e outra medalha de ouro, desta vez na Série Prata, na prova de lançamento do disco.

Sobre a experiência de representar o estado em uma competição nacional, ela comenta. 'Foi uma experiência muito boa, eu me senti muito orgulhosa por ser uma das atletas a representar o estado. Nunca tinha saído do estado, então foi uma experiência nova e também foi a primeira vez que conheci a praia', frisa a estudante-atleta.

Comemorar o aniversário de Mato Grosso do Sul é, também, celebrar essas histórias inspiradoras que fazem parte da trajetória esportiva do Estado.


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