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"Figurões" morrem na praia e não conseguem se eleger ou emplacar os aliados

De saída, o ex-governador e ex-prefeito de Campo Grande, André Puccinelli (MDB), foi preterido por seu partido para concorrer à prefeitura da Capital em favor do candidato tucano, Beto Pereira (MDB)

| LUCAS MAMéDIO / CAMPO GRANDE NEWS


Canto superior esquerdo Zeca do PT, canto superior direito Odilon de Oliveira, canto inferior esquerdo André Puccinelli e canto inferior direito Londres Machado (Fotos: Divulgação)

As eleições municipais em Mato Grosso do Sul também serviram para mostrar que forças tradicionais da política podem ser derrotadas. Muitos “figurões' que tentaram se eleger, ou emplacar candidatos apoiados por eles, não tiveram êxito em suas empreitadas.

De saída, o ex-governador e ex-prefeito de Campo Grande, André Puccinelli (MDB), foi preterido por seu partido para concorrer à prefeitura da Capital em favor do candidato tucano, Beto Pereira (MDB).

Ou seja, o ex-mandatário do Executivo estadual, que comandou o partido com mãos de ferro durante tantos anos, não conseguiu nem se candidatar ao cargo já ocupado por ele por oito anos.

Na ocasião de sua desistência, Puccinelli afirmou que não estava conseguindo convencer a executiva nacional do MDB a ceder o recurso pedido do fundo eleitoral para a campanha. O ex-governador chegou a ir duas vezes à Brasília, mas integrantes do partido apontaram que a nacional ofereceu apenas 20% do que Puccinelli gostaria.

O valor, segundo eles, não seria suficiente para estruturar a campanha e competir com duas máquinas, do município com a pré-candidatura da prefeita Adriane Lopes (PP) e do Estado, com a pré-candidatura do deputado federal Beto Pereira.

Outro velho conhecido da política sul-mato-grossense que saiu derrotado neste pleito foi outro ex-governador, o Zeca do PT, que até saiu por aí distribuindo santinhos pelos bairros de Campo Grande, investindo no corpo a corpo.

O agora deputado estadual tentou contribuir com a campanha da jovem candidata Camila Jara (PT) como vice na chapa para prefeitura, mas não deu certo. A deputada federal terminou em 4º lugar com apenas 9,43% dos votos.

O deputado estadual mais longevo do Brasil, Londres Machado (PSD), que está na 13ª legislatura, também foi “derrotado'. Sua filha, Grazielle Machado (PSDB), que já foi vereadora por Campo Grande e também deputada estadual, não conseguiu se eleger vereadora na Capital.

Desta forma, Londres sofre uma rara derrota política, já que nunca perdeu uma eleição para deputado e já emplacou a esposa, Ilda Machado (PP), como prefeita de Fátima do Sul, seu reduto eleitoral, por quatro vezes. Outra derrota, inclusive, foi que em Fátima, Ilda não conseguiu fazer seu sucessor, Rodrigo Garib (PP), que perdeu para Wagner da Garagem do PSDB.

Um dos piores desempenhos foi do ex-senador Delcídio do Amaral (PRD), que amargou o último lugar na disputa pela Prefeitura de Corumbá. A cidade optou por Gabriel de Oliveira (PSB), o Doutor Gabriel, que teve 56,7% dos votos contra  10% de Delcídio, o 4º colocado.

Desfiliado do PT desde 2016, e hoje conhecido como 'delator da Lava-Jato', o ex-senador conseguiu apenas  5.043 votos. A primeira derrota dele ocorreu durante a campanha. A comissão nacional do PT invalidou o apoio do partido à sua candidatura, mesmo após ser aprovada em convenção municipal.

O ex-juiz federal, nacionalmente conhecido, Odilon de Oliveira (PP), amargou nestas eleições sua terceira derrota nas urnas. Após ter tentado ser governador em 2018 e senador em 2022, Odilon não conseguiu uma cadeira na Câmara Municipal de Campo Grande, espaço já ocupado pelo filho, Odilon Júnior.

O nome do ex-magistrado já foi visto com entusiasmo no mundo político, principalmente na sua primeira tentativa, em 2018, quando chegou a liderar a pesquisa para governador durante boa parte da campanha, mas perdeu para Reinado Azambuja (PSDB), que foi reeleito.


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