O ex-deputado estadual, Capitão Contar (PRTB), ainda não desistiu de ser candidato ao Senado e, mais que isso, de ter apoio do ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), para a disputa. Para isso, sonha com uma imposição de Bolsonaro, que já lhe disse não ter interesse.

Pollon tem declarado que é pré-candidato ao Senado e que espera ser um dos escolhidos de Bolsonaro, apostando que o ex-presidente adotará a estratégia planejada para outros estados, onde terá dois candidatos do partido. Entretanto, para isso acontecer, o ex-presidente teria que impor Contar ao grupo de Mato Grosso do Sul.

Se Bolsonaro estivesse apenas com o PL, a estratégia poderia dar certo, porque ele teria autônima para fazer o que quisesse. Todavia, o ex-presidente tem acordo para Reinaldo Azambuja (PSDB) se filiar ao PL, o que deve barrar a candidatura de Contar.

Reinaldo ainda não confirmou oficialmente a filiação, mas já declarou que na coligação de Riedel não terá dois candidatos de um mesmo partido. Reinaldo disse à reportagem que no último encontro com Bolsonaro ficou definido que os candidatos a senador do grupo seriam definidos em conjunto entre ele, Bolsonaro, Riedel e Tereza.

Para ser o candidato, Contar precisaria convencer o quarteto e tem rejeição de Reinaldo e Riedel, que sempre tratou como adversários. O caminho menos difícil seria a filiação ao PP, mas Contar ainda não deu resposta, o que dificultaria um sim de Tereza para candidatura dele pelo grupo.

Por enquanto, o grupo tem apenas Reinaldo como candidato ao Senado. Também estão de olho na outra vaga o senador Nelsinho Trad (PSD), os pré-candidatos do PP (Gerson Claro, Marcelo Miglioli e Luiz Ovando), senadora Soraya Thronicke (Podemos), Jaime Verruck (PSD) e até o deputado federal Vander Loubet (PT).

Contar já procurou Bolsonaro para ser o candidato do PL ao Senado, mas ele respondeu que precisaria falar com o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL). Ironicamente, Rodolfo tem a esposa, Gianni Nogueira (PL), como pré-candidata.

Sem apoio de Bolsonaro, Contar procurou a senadora Tereza Cristina (PP), que abriu as portas do partido para ele concorrer a deputado federal, mas ele não aceitou. Tereza explicou que não poderia lhe garantir a candidatura ao Senado, porque seria algo a ser discutido pelo grupo político.

Embora apareça bem nas pesquisas divulgadas até o momento, Contar não tem grupo político e nem partido com tempo e recurso para campanha. Filiado ao PRTB, ele também recebeu convite do Partido Novo para concorrer ao cargo que desejar.