Reajuste na conta de luz: Energia fica 0,69% mais cara para residências em MS
| DOURADOS AGORA/DA REDAçãO
A conta de luz dos consumidores de Mato Grosso do Sul ficou mais cara a partir desta terça-feira (8). A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) homologou um reajuste médio de 0,69% para os consumidores de baixa tensão, que incluem os clientes residenciais — grupo que representa 99,63% da base atendida pela Energisa em 74 municípios do estado.
Para o Grupo B residencial, a alta foi ainda mais modesta: 0,56%. Já para os consumidores do Grupo A (média e alta tensão, como grandes empresas e indústrias), o reajuste médio ficou em 3,09%. Com isso, o impacto médio para os clientes da concessionária sul-mato-grossense será de 1,33%.
O aumento foi aprovado nesta terça-feira após adiamento na decisão, inicialmente prevista para o dia 1º de abril. O atraso se deu após pedido de vistas da relatora do processo, a diretora Agnes Maria de Aragão da Costa.
Apesar do reajuste, a tarifa da Energisa segue pelo segundo ano consecutivo com aumento abaixo da inflação acumulada, que foi de 10,70% nos últimos dois anos, conforme dados do IBGE. Em 2024, a tarifa chegou a ter redução média de 1,61%, enquanto a inflação em Campo Grande foi de 5,06%.
A alta deste ano também ficou abaixo dos principais índices inflacionários: o IGP-M, usado como referência nos contratos de concessão, teve alta de 9,29% nos últimos 12 meses; e o IPCA, índice oficial da inflação, acumulou 5,48%.
O descompasso entre inflação e tarifa ocorre devido à composição do reajuste, que leva em conta uma cesta de custos como aquisição de energia, distribuição, encargos setoriais e despesas financeiras.
Os principais fatores que puxaram o reajuste para cima foram:
Já os itens que ajudaram a conter o reajuste foram:
Nos últimos cinco anos, a Energisa afirma ter investido R$ 3,5 bilhões na distribuição de energia em Mato Grosso do Sul. Só em 2025, estão previstos mais R$ 771 milhões, com foco na expansão das redes na capital e no interior.
Mesmo com investimentos robustos, a concessionária encerrou 2024 com lucro líquido diário de R$ 1,65 milhão, totalizando R$ 603,5 milhões no ano. O valor representa uma queda de 0,88% em relação ao ano anterior. A diminuição é atribuída principalmente à queda no consumo no último trimestre do ano.
Com o contrato de concessão atual prestes a vencer — em 3 de dezembro de 2027 — a empresa já sinalizou intenção de renová-lo por mais 30 anos. Para isso, o novo contrato deve ser assinado até dezembro de 2025.
Com a renovação, o índice de correção das tarifas deverá mudar: o IGP-M, historicamente mais volátil, será substituído pelo IPCA, o que pode representar aumentos mais controlados nos próximos anos. Para se ter uma ideia, entre 2017 e 2022 o IGP-M acumulou alta de 61,21%, enquanto o IPCA subiu 28,42% no mesmo período.