A última sessão ordinária da Câmara Municipal de Caarapó trouxe algo que parecia inusitado até então, a “união” de um vereador do PL, com um parlamentar petista.

Tudo começou na penúltima sessão, quando o vereador Édson Baratella, o “professor Pontinha” (PT), teceu algumas críticas a direção do hospital São Mateus, por conta da perda de alguns repasses para entidade por, segundo ele, interferência ou questões políticas, chegando a citar nome na tribuna de membro da diretoria da entidade: “quero aproveitar que tem gente da direção do hospital aqui pra dizer que vocês não são donos do hospital”, disparou

Incomodados com a crítica, a diretoria do hospital São Mateus protocolou na Câmara um pedido de retração por parte do vereador, por sua fala na Tribuna Livre.

Já nesta última sessão, segunda-feira, o inesperado. Quem saiu em defesa do vereador petista foi o vereador Celso Capovilla, o mais radical do PL.

Durante sua fala, na tribuna, Capovilla se mostrou indignado com o pedido de retratação por parte da direção do hospital. “Achei um absurdo, uma falta de respeito por parte da direção do hospital esse pedido. Quem deveria se retratar com o povo são eles, que durante os 6 anos de reforma não fizeram um banheiro para as pessoas que precisam esperar para serem atendidos ali na frente e às vezes necessitam fazer suas necessidades nas calças, ali mesmo”, criticou.

Capovilla disse ainda que o vereador Pontinha do PT tinha razão, “pois a diretoria teria perdido recursos por incapacidade, por ingerência e por má administração”, afirmou, prosseguindo:

“E digo mais, se fizerem um pedido de retratação para mim, eu rasgo e jogo lá na frente do hospital, pois o vereador é imputável na tribuna”, concluiu Capovilla.

Já Pontinha em sua fala se baseou na Constituição e na Lei Orgânica do município, dizendo que os vereadores são invioláveis por suas opiniões, palavras e votos no exercício do seu mandato”, leu trecho.

O vereador mostrou em áudio o motivo ao qual pediam a retratação, onde ele cita que um membro da diretoria da entidade teria “atropelado” um processo que ele estaria conduzindo para viabilizar energia solar para hospital e acabaram perdendo o recurso. “Em outra entidade, que conduzimos, o processo deu certo e foi contemplado, já no hospital não deu”, se referindo a suposta tentativa de interferência de um membro da direção, que fizeram com que o projeto na caminhasse, segundo ele..

Crise - Essa é a segunda polêmica que a atual direção do hospital São Mateus passa em 15 dias. Recentemente, como já noticiado pelo CaarapoNews, Giovana Thomé, membro da direção da entidade, causou revolta nos funcionários do hospital durante uma postagem sua, que afirmava que eles levavam comidas e medicamentos para casa.

Até o momento a direção do hospital São Mateus não se manifestou em nenhum dos casos.