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“Ela judiava de mim”, alega caarapoense que matou mulher a golpes de foice

| HELIO DE FREITAS, DE DOURADOS / CAMPO GRANDE NEWS


Wilson Garcia no momento em que chegava à delegacia após ser preso em Caarapó (Foto: Leandro Holsbach)

“Ela judiava de mim, queria me matar. Foi em minha defesa'. Essas foram as palavras do homem de 28 anos para justificar o assassinato da mulher, Juliana Domingues, 28, a terceira vítima de feminicídio em Mato Grosso do Sul em 2025. Ela foi morta com golpes de foice na cabeça. O filho do casal, de 8 anos, teria presenciado o crime.

O acusado foi preso após matar sua esposa, Juliana Domingues, também de 28 anos, a golpes de foice em um acampamento indígena em Dourados, MS. O crime, presenciado pelo filho do casal de 8 anos, é o terceiro feminicídio no estado em 2025. Ele alegou legítima defesa, afirmando que Juliana tentou atacá-lo com um facão, mas a polícia não encontrou evidências de defesa por parte da vítima. O delegado Erasmo Cubas informou que não há registros de violência doméstica anteriores entre o casal. O criminoso, que nega uso de drogas ou álcool, será submetido a exame de corpo de delito.

O feminicídio ocorreu no acampamento indígena Nhu Porã, na região sul do município de Dourados. Wilson foi preso hoje de manhã na Aldeia Te’yikue, no município de Caarapó. A força-tarefa para capturá-lo envolveu policiais civis das duas cidades e o helicóptero da PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Em entrevista a repórteres que cobrem o setor policial, na sede do SIG (Setor de Investigações Gerais) em Dourados, o acusado alegou que a mulher tentou matá-lo com o facão, encontrado sob o corpo dela.

A ferramenta não possuía mancha de sangue, sinal de que a vítima não teve tempo de se defender. A foice, ensanguentada, também foi encontrada na cena do crime.

“Já me arrependi', disse o homem ao ser questionado sobre o motivo de ter desferido os golpes fatais na esposa. Ele negou que estivesse sob efeito de droga e álcool. “Não uso droga, não bebo e nem fumo'.

Em entrevista nesta tarde, o delegado responsável pelas investigações, Erasmo Cubas, informou que não foi encontrada no sistema nenhuma ocorrência de violência doméstica envolvendo o casal.

Segundo o policial, o autor do feminicídio manteve a versão de que agiu em legítima defesa por ter sido, segundo ele, atacado primeiro. Ele também negou que ele e a mulher estivessem sob efeito de bebida alcoólica. Erasmo Cubas informou que, de fato, o acusado apresenta pequenas lesões no corpo e será levado para fazer exame de corpo de delito.

O delegado afirmou que o menino de 8 anos, filho do casal, não será submetido a depoimento, pois não há nenhuma dúvida sobre a autoria do crime. “Será ouvido em momento posterior, dentro das formalidades legais'.


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