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Presidente do TJMS propõe intimar denunciados por violência doméstica pelo WhatsApp

Uso de tecnologias na intimação foi proposto pelo Poder Judiciário de MS para auxiliar o serviço dos oficiais de Justiça

| MIDIAMAX/DâNDARA GENELHú, MARCUS MOURA


Presidente do TJMS comentou sobre medidas que podem ser adotadas. (Henrique Arakaki, Midiamax)

Denunciados por violência contra mulher em Mato Grosso do Sul poderão ser intimados por WhatsApp ou e-mail. É o que propõe o Poder Judiciário de MS após discussões levantadas sobre falhas no atendimento às vítimas sul-mato-grossenses. A medida foi discutida com a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, nesta terça-feira (18).

O presidente do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), Dorival Renato Pavan, apontou alternativas para acelerar o processo de proteção às mulheres em MS. Em coletiva, explicou a possibilidade de um convênio com a Segurança Pública do Estado.

“Fazer com que o próprio policial militar, que vai ser treinado pelo Tribunal, vá com mandado, faça o cumprimento e a intimação. Já devolve o mandado cumprido e com a mulher já em proteção e segundo a medida protetiva definida a partir de cada caso específico', detalhou a proposta de parceria.

Além disso, esperam incluir tecnologia no processo de intimação. “Incentivamos aqui também as intimações de WhatsApp, via e-mail, via outras vias de tecnologia que possam permitir que ele seja intimado', pontuou.

Ainda no convênio, irão propor monitoramento dos agressores. “Vamos estudar mais aprofundadamente ainda a quebra do sigilo da localização do agressor, para que ele possa ser imediatamente intimado e cumprir a medida que foi deferida', disse o presidente do TJMS.

Acompanhamento das vítimas

Pavan afirmou que o convênio com o Governo de MS também tratará sobre o acompanhamento das vítimas e protocolo de atendimento. As ações adotadas poderão ser replicadas em outros estados.

O presidente do TJMS destacou que a mulher não pode ser responsável pela escolha de escolta policial. “Não se pode facultar apenas a mulher a ida de uma força policial para que ela possa sair do lar ou tirar o marido do lar. Não deve ser uma faculdade dela, mas uma imposição para que essa patrulha chegue ao local', defendeu.

Comentou que com a presença policial, o “respeito é maior, o agressor já vê que as coisas podem se complicar para o lado dele e ela chegue lá em condições de tirar suas coisas, ou de afastá-lo do lar imediatamente'.

Em casos extremos, o agressor poderia “já ser encaminhado para o monitoramento eletrônico para que ele não se aproxime daquela residência'.

Atendimento na Deam e Casa da Mulher

Humilhação, deboche e falta de acolhimento. Essas são algumas das características apontadas em relatos sobre atendimentos na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de MS) realizados há pelo menos quatro anos na Casa da Mulher Brasileira em Campo Grande. Áudios de Vanessa Ricarte sobre atendimento na quarta-feira (12) mostram que o descaso e erros grosseiros seguem presentes na Deam.

Vanessa detalhou o atendimento na Delegacia Especializada: “bem fria e seca'. A jornalista buscou amparo e denunciou o ex-noivo, Caio Nascimento, pouco tempo antes de ser vítima de feminicídio na própria casa. Ela foi morta a facadas.

Neste domingo (16), a jornalista completaria 43 anos ao lado de amigos e familiares. Agora, deixa memória de carreira brilhante e independência, além das denúncias em gravação de voz.


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