Principal commodity de MS, soja impulsiona queda dos alimentos no atacado após dez meses de alta
O IGP-M, que mede os preços ao produtor, avançou 0,27%, uma desaceleração em relação a dezembro
| MIDIAMAX/LETHYCIA ANJOS
O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) registrou alta de 0,27% em janeiro, mas caiu em relação ao avanço de 0,94% observado em dezembro. Os preços dos alimentos registraram a primeira queda no atacado (vendidos em grandes quantidades, para varejistas ou outros negócios) após 10 meses consecutivos de alta.
Com esse resultado, o IGP-M acumula alta de 6,75% nos últimos 12 meses. No mesmo período de 2024, o IGP-M havia subido 0,07% no mês, mas ainda apresentava queda acumulada de 3,32% em 12 meses.
André Braz, economista do FGV IBRE, destaca que a inflação ao produtor desacelerou em janeiro de 2025 devido à queda nos preços da soja e do gado bovino e suíno.
“No varejo, a inflação permaneceu contida, já que a alta dos alimentos foi compensada pela redução no preço da energia. Na construção civil, no entanto, os reajustes salariais sustentaram a aceleração da inflação interanual do setor', explica Braz.
Em 2024, a ‘Soja’ aparece como o principal produto da pauta de exportações, com 36,97% do total exportado em termos de valor, que ficou em US$ 2,5 bilhões no ano, em Mato Grosso do Sul.
IGP-M
O IGP-M é um dos principais indicadores de inflação do Brasil e mede a variação de preços em diferentes setores da economia e tem uma relação direta com a inflação. Diferente do IPCA que reflete o custo de vida do consumidor, o IGP-MS inclui variações de preços no atacado e na construção civil, sendo um bom termômetro para antecipar tendências da economia.
IPA teve queda de 0,24%
O IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) desacelerou 0,24% em janeiro, um recuo significativo em relação ao avanço de 1,21% observado em dezembro.
A análise da FGV (Fundação Getúlio Vargas) aponta que o grupo Bens Finais recuou 0,79% em janeiro, após registrar alta de 0,83% no mês anterior. Já o índice correspondente a Bens Finais (ex) – que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo – passou de 1,20% em dezembro para 0,71% em janeiro.
O grupo Bens Intermediários subiu 1,26% em janeiro, acima da taxa de 0,47% registrada em dezembro. O índice de Bens Intermediários (ex) – que desconsidera combustíveis e lubrificantes para produção – avançou de 0,46% para 1,20% no mesmo período.
Por fim, o grupo Matérias-Primas Brutas registrou queda de 0,75% em janeiro, revertendo a alta de 2,35% observada em dezembro.
IPC avança 0,14% em janeiro
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) subiu 0,14% em janeiro, levemente acima da alta de 0,12% registrada em dezembro. Conforme a FGV, das oito classes de despesa que compõem o índice, cinco apresentaram avanço nas taxas de variação:
Saúde e Cuidados Pessoais: de 0,20% para 0,57%Alimentação: de 1,09% para 1,31%Vestuário: de -0,11% para 0,63%Transportes: de 0,30% para 0,44%Educação, Leitura e Recreação: de -0,02% para 0,15%Saúde e Cuidados Pessoais: de 0,20% para 0,57%Alimentação: de 1,09% para 1,31%Vestuário: de -0,11% para 0,63%Transportes: de 0,30% para 0,44%Educação, Leitura e Recreação: de -0,02% para 0,15%
Por outro lado, os grupos Habitação (-1,08% para -1,65%), Despesas Diversas (0,85% para 0,29%) e Comunicação (0,06% para -0,03%) registraram queda nas taxas de variação.
INCC acelera para 0,71% em janeiro
O INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) avançou 0,71% em janeiro, acima da alta de 0,51% registrada em dezembro.
Entre os três grupos que compõem o INCC, houve movimentos distintos nas taxas de variação:
Materiais e Equipamentos: desacelerou de 0,57% para 0,43%Serviços: saiu de -0,25% para 0,41%Mão de Obra: acelerou de 0,53% para 1,13%Materiais e Equipamentos: desacelerou de 0,57% para 0,43%Serviços: saiu de -0,25% para 0,41%Mão de Obra: acelerou de 0,53% para 1,13%