Suinocultura de MS dispara com uso da tecnologia e 'cola' no líder de produção
Estado cresceu 6,7% em 2023, superando Santa Catarina que teve alta de 2,1%; perspectivas são otimistas
| GABRIELA COUTO / CAMPO GRANDE NEWS
Nos últimos anos, a suinocultura de Mato Grosso do Sul tem se destacado como um dos principais motores de crescimento do agronegócio estadual. Em 2023, o número de suínos abatidos atingiu a marca de 2,9 milhões, um aumento de 6,7% em relação ao ano anterior, segundo dados do Sistema Famasul.
A tendência de crescimento é robusta, e a Associação Sul-Mato-Grossense de Suinocultores (Asumas) já projeta que o estado ultrapasse a marca de 3 milhões de suínos industrializados em 2024, com perspectivas ainda mais otimistas para 2025.
Santa Catarina, o líder nacional do setor, também viu crescimento, mas de forma mais modesta. Em 2023, o estado cresceu 2,1%, chegando a 17,8 milhões de suínos abatidos, conforme dados da Epagri. Apesar dessa diferença em números absolutos, a dinâmica de Mato Grosso do Sul, com o crescente investimento e inovação no setor, é um indicativo de sua ascensão no mercado.
O estado tem se consolidado como um polo da suinocultura, com destaque para o fortalecimento das indústrias locais, como a ampliação da capacidade de abate da JBS para 10 mil cabeças por dia e o investimento em tecnologia pela Agroceres PIC, que está implantando uma central de genética líquida.
Além disso, a previsão de que o plantel do estado atinja 152 mil matrizes em 2025 reflete a confiança dos produtores e o comprometimento com o crescimento sustentável do setor.
Sustentabilidade - A sustentabilidade tem sido um dos pilares fundamentais para o crescimento da suinocultura sul-mato-grossense. Em parceria com a Embrapa Agropecuária Oeste, a Asumas desenvolveu o Programa Asumas de Sustentabilidade (PAS), com o objetivo de transformar a suinocultura do estado em uma referência nacional. O PAS promove ações focadas em áreas estratégicas, como gestão de resíduos, bem-estar animal, uso eficiente de recursos hídricos e a produção de energia renovável.
Uma das iniciativas mais inovadoras do PAS é o incentivo ao uso de biodigestores, que convertem resíduos orgânicos em biogás e fertilizantes, ajudando a reduzir a emissão de gases de efeito estufa e criando novas oportunidades de negócios. O biogás gerado pode ser utilizado para suprir as necessidades energéticas das propriedades, e a comercialização de créditos de carbono se torna uma alternativa lucrativa para os produtores.
Além disso, o PAS também oferece capacitação aos suinocultores para o uso de tecnologias de biometano, proporcionando uma forma mais limpa e eficiente de produzir energia, o que reflete a tendência de modernização e responsabilidade ambiental que permeia o setor.