Segundo o Instituto Brasileiro de feijão e Pulses (IBRAFE), a produção de feijão-carioca no Brasil deve cair no início de 2025, contrariando as expectativas de aumento geral da produção de feijão divulgadas pela Conab. Embora a Conab preveja um crescimento de 0,8% na área semeada, alcançando 2,88 milhões de hectares, e uma produção total de 3,26 milhões de toneladas, a realidade para o feijão-carioca é diferente. De acordo com os dados, a produção dessa variedade específica será de 555,5 mil toneladas, abaixo das 571,4 mil toneladas registradas no ano passado. 

O cenário é considerado preocupante, pois a oferta reduzida de feijão-carioca no primeiro trimestre de 2025 pode impactar diretamente os preços ao consumidor. Comparando com anos anteriores, a produção desta variedade tem diminuído, como em 2014/15, quando foram colhidas 703 mil toneladas. Esse declínio contínuo na primeira safra de feijão-carioca sugere que o mercado poderá ver valores elevados no início do próximo ano, similar ao que ocorreu entre dezembro de 2024 e março de 2025, quando os preços se mantiveram acima de R$ 300, mesmo com uma produção maior.

Já para o feijão-preto, o mercado pode ter um comportamento diferente. Se os preços caírem para a faixa de R$ 200 a R$ 210, o produto pode ser exportado, o que poderia aliviar a pressão interna. No entanto, o feijão-carioca, sendo o mais consumido no Brasil, enfrenta um cenário mais delicado. Com a oferta reduzida e a demanda ainda enfraquecida no momento, o mercado deve começar a refletir essa realidade nos preços ao longo dos próximos meses.