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Rio Paraguai em Ladário atinge pior nível em 60 anos e continuam caindo dia a dia

Na semana passada o Imasul emitiu um alerta devido à situação crítica do Rio Paraguai e consequentemente, do Pantanal

| MIDIAMAX/PRISCILLA PERES


Régua de Ladário (Foto: Alicce Rodrigues/Peld)

O rio Paraguai em Ladário, atingiu o menor nível histórico no dia 8 de outubro, superando o recorde de 60 anos, registrado em 1964. São 62 centímetros abaixo da cota zero e uma semana após atingir a marca, a situação é preocupante, pois o nível continua em queda.

Dados da Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), que monitora o nível dos rios do Estado, nesta terça-feira (15), o nível do rio Paraguai em Ladário chega a 68 centímetros negativos. São 6 centímetros a menos do a semana passada, um recorde histórico.

Na semana passada o Imasul emitiu um alerta devido à situação crítica do Rio Paraguai e consequentemente, do Pantanal. Apesar de estar abaixo da cota zero, o Rio Paraguai não está completamente seco.

Os técnicos do Imasul explicam que, em Ladário, o rio mantém aproximadamente 5 metros de profundidade devido às características geológicas da região, que criam um canal natural no leito do rio.

Este canal preserva um volume de água suficiente para garantir um nível mínimo de navegabilidade, mesmo em tempos de seca extrema.

Seca extrema no rio Paraguai

Historicamente outubro é um mês de seca, a questão é que em 2024 não houve cheia e as chuvas estão abaixo da média histórica. Para se ter ideia, em 15 de outubro de 2023, o nível do rio Paraguai em Ladário, era de 1,93 metros.

Desde o início do ano, autoridades alertavam para a situação. Professor Dr. Geraldo Damasceno Junior, coordenador do Peld-Nefau (Núcleo de Estudos do Fogo em Áreas Úmidas) da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), explica que o nível do Rio Paraguai define o quanto o campo vai ter de água ao longo do ano. Neste, porém, as perspectivas são ruins.

“Não vai inundar o Pantanal este ano. Se chover pouco, como é esperado no período de seca, a chance de períodos secos é grande e, consequentemente, as chances de incêndios florestais aumentam', disse ele ao Jornal Midiamax em abril de 2024.

Seis meses depois, as previsões negativas se cumpriram. Mato Grosso do Sul enfrentou mês crítico de incêndios florestais e o nível do rio Paraguai chegou ao pior nível já registrado desde os anos 90.


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