O setor de cana-de-açúcar é um dos maiores produtos agrícolas do Brasil e tem grande importância econômica, responsável por cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.

Além de ser um pilar do agronegócio, o setor também desempenha um papel importante na sustentabilidade. Agora, surge uma nova possibilidade de aproveitamento, graças a uma pesquisa pioneira.

O estudo, realizado pelo engenheiro civil Vinícius Hipólito como parte de sua tese de mestrado na Universidade Estadual de Maringá, propõe a utilização de cinzas do bagaço de cana como substituto parcial do pó-de-pedra usado na produção de asfalto.

Essa pesquisa foi reconhecida internacionalmente e publicada na Scientific Reports, uma revista com classificação A1 no sistema Qualis, considerada uma das mais relevantes para periódicos científicos.

Hipólito, que também é engenheiro da Conasa Infraestrutura, empresa de Londrina (PR) responsável por administrar mais de 1.500 quilômetros de rodovias estratégicas para o escoamento da safra de grãos do Mato Grosso para o mercado externo, explica que a ideia surgiu com o objetivo de melhorar a resistência mecânica do asfalto nas rodovias.

“Enxerguei a oportunidade de utilizar o resíduo do bagaço de cana para melhorar a resistência do asfalto, um material essencial em nossa infraestrutura, que precisa ser cada vez mais aprimorado para otimizar os investimentos", explicou Hipólito.

Desempenho do material
Intitulada “Avaliação funcional e estrutural de um trecho experimental de asfalto modificado com cinza de bagaço de cana-de-açúcar”, a pesquisa analisou o desempenho do material em um trecho da rodovia BR-158, entre Campo Mourão (PR) e Maringá (PR).
Os resultados foram positivos, com ganhos em termos de desempenho mecânico e redução do uso de agregado mineral, o que também contribui para a diminuição dos custos da mistura asfáltica.

A Conasa Infraestrutura e outras empresas de pavimentação apoiaram o estudo, destacando a importância de publicá-lo em uma revista internacional.

Isso permite que os resultados sejam acessados por pesquisadores de outros países, potencializando a troca de conhecimentos e o avanço das tecnologias no setor de pavimentação.