Cultivada com trabalho prisional, Horta da Esperança completa um ano este mês com mais de 7 toneladas de alimentos doados
| ASSESSORIA/TJMS
Próxima de completar um ano de atividades, a Horta da Esperança, instalada no CPAIG (Centro Penal Agroindustrial da Gameleira), demonstrou seu impacto positivo na comunidade ao realizar, no último dia 3 de outubro, a doação de cerca de 300 kg de hortaliças para crianças e adolescentes da Escola Estadual Prof. Silvio Oliveira dos Santos. Essa ação beneficiou aproximadamente 150 famílias, com a doação de 700 pés de verduras e folhagens.
A iniciativa é uma parceria entre a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, destacando a importância na ressocialização dos detentos e no auxílio às comunidades carentes. O projeto foi idealizado pelo juiz Albino Coimbra Neto, com início oficial em 19 em outubro de 2023; neste período a Horta da Esperança já doou mais de 7 toneladas de alimentos a 15 escolas que participam do projeto Revitalizando a Educação com Liberdade, totalizando mais de 47 toneladas produzidas.
Com uma área de cerca de três hectares, a horta não só fornece alimentos frescos, como também é uma fonte de remuneração para os internos. Parte da produção é vendida, enquanto outra é doada a escolas públicas e entidades beneficentes. Recentemente, foram doadas alfaces, cebolinhas, salsas, couves e acelgas. Atualmente, 10 internos que trabalham no cultivo de hortaliças, legumes e frutas.
O diretor da Escola Estadual, Leandro Colombo Pedrini, destacou a importância da doação para a saúde e educação alimentar dos alunos, ressaltando que muitos deles dependem desse apoio para complementar suas refeições. “As famílias adoram, pois muitos não teriam como comprar esses alimentos. Essa iniciativa enriquece a alimentação em suas casas”, afirmou.
Os alunos receberam os alimentos com entusiasmo. Rayssa Vieira, de 15 anos, expressou sua satisfação: “Acho este projeto muito importante para a saúde dos alunos e promove um movimento de união. Fico feliz de estar em um colégio que se preocupa com isso.”
O diretor do Centro Penal, Adiel Rodrigues Barbosa, enfatizou que, além de alimentar famílias carentes, o projeto é crucial para a ressocialização dos internos, que recebem remuneração e remição de pena por seu trabalho. “Essa iniciativa envolve servidores, escolas, familiares dos internos, o Tribunal de Justiça, a Agepen e outras instituições”, destacou.
A estrutura da horta foi financiada com 10% do salário dos presos que trabalham na capital. Atualmente, a equipe é composta por 10 internos que, além de receberem um salário-mínimo, têm a chance de aprender uma nova profissão, contribuindo para seu recomeço após a prisão.
A ação exemplifica como parcerias entre o Poder Judiciário, a Agepen e outras entidades podem transformar vidas e comunidades, promovendo a ressocialização e a inclusão social. Os trabalhos têm o apoio de diversos parceiros como a Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), que disponibilizou a equipe técnica do Senar, com profissionais presentes na capacitação e orientação da produção desde a preparação do solo, manejo, cultivo e rotatividade no plantio.