PUBLICIDADE

Tebet reforça papel das universidades e institutos no avanço da Rota Bioceânica

Desde 2018, as universidades e institutos têm se preparado para o avanço da Rota Bioceânica, elaborando estudos de viabilidade e auxiliando no planejamento estratégico, conforme explicou a ministra

| JHEFFERSON GAMARRA E FERNANDA PALHETA / CAMPO GRANDE NEWS


Ministra Simone Tebet durante palestra realizada na UFMS (Foto: Henrique Kawaminami)

Em palestra realizada nesta sexta-feira (27), no IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul), a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou a importância estratégica das universidades e institutos federais na execução e sucesso da Rota Bioceânica. O evento, voltado para alunos do curso de administração, trouxe à tona o debate sobre as rotas de integração sul-americana e o papel do Brasil no desenvolvimento da logística regional e global.

A Rota Bioceânica é um projeto que promete transformar o cenário logístico da América do Sul, conectando o Brasil diretamente aos mercados da Ásia, Oceania e costa oeste dos Estados Unidos. Passando por Mato Grosso do Sul, o trajeto cruzará territórios do Paraguai, Argentina e Chile, oferecendo um corredor de exportação e importação mais rápido e eficiente. Simone Tebet enfatizou que o estado sul-mato-grossense será o coração desse grande hub logístico, facilitando o trânsito de mercadorias por meio de Porto Murtinho, e contribuindo para a integração entre os países da América do Sul.

“Os institutos e universidades são fundamentais no processo. Nós, como governo, temos a missão de construir e homologar o projeto em colaboração com os países envolvidos, mas agora é a hora de colocar a mão na massa, ver quais são as potencialidades e demandas, e capacitar as pessoas para atender essas necessidades', afirmou a ministra.

Segundo Tebet, o projeto já possui a infraestrutura maior planejada – incluindo aeroportos, rodovias e os aspectos de comércio exterior –, mas o que ainda falta é o capital humano capacitado para aproveitar as oportunidades que surgirão com o avanço da rota.

A ministra destacou que o Brasil vive um período de quase pleno emprego, mas alertou que o desenvolvimento pode ser comprometido pela falta de mão de obra qualificada. “Precisamos de pessoas preparadas para garantir produtividade. Não podemos deixar que o desenvolvimento do país seja travado pela falta de qualificação', disse Simone, reforçando a necessidade de investimentos contínuos em educação técnica e superior.

Simone também mencionou o papel das universidades no planejamento estratégico que vai além da capacitação de jovens, contribuindo com estudos que indicam as demandas futuras dos setores produtivos, como turismo, comércio e agroindústria. “As universidades nos ajudam a não só formar mão de obra, mas também a direcionar os setores produtivos para o que será necessário no futuro. Precisamos agregar valor aos nossos produtos, como a agroindústria, para que o Brasil possa competir de maneira mais eficiente nos mercados internacionais.'

Desde 2018, as universidades e institutos têm se preparado para o avanço da Rota Bioceânica, elaborando estudos de viabilidade e auxiliando no planejamento estratégico, conforme explicou a ministra. 'Eu fui demandada pelas universidades porque elas estão nesse processo, desenvolvendo o planejamento necessário para que possamos implementar esse grande projeto', revelou Tebet, sugerindo que sem o envolvimento acadêmico, muitos aspectos sociais e estruturais poderiam ser negligenciados.

A ministra também citou questões sociais que precisam ser tratadas com cuidado, como a proteção de grupos vulneráveis nas regiões fronteiriças, exemplificando a necessidade de assistência social para meninas nas áreas mais afetadas pelo projeto. 'As pessoas nem imaginam as dificuldades sociais que surgem em regiões de fronteira, e as universidades têm papel importante em trazer esses problemas à tona', disse ela.

A Rota Bioceânica, que passará pelas cidades paraguaias de Carmelo Peralta, Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, além de localidades argentinas como Misión La Paz, Tartagal, Jujuy e Salta, até os portos chilenos de Antofagasta, Mejillones e Iquique, tem o potencial de transformar o cenário econômico de Mato Grosso do Sul e toda a região. Com esse desenvolvimento, Simone Tebet ressaltou a necessidade de melhorar a infraestrutura, segurança e serviços para garantir que a rota seja uma oportunidade segura e benéfica para todos os envolvidos.

“Sem o capital humano, nada disso pode acontecer. Só quem pode capacitar e preparar as pessoas para esse novo cenário são os institutos e universidades', concluiu a ministra, reforçando que o sucesso da Rota Bioceânica depende diretamente do investimento em educação e qualificação profissional.


PUBLICIDADE
PUBLICIDADE