O valor da arroba do boi gordo em Mato Grosso do Sul, que foi cotado em R$ 208,00 no último dia 18, está 10,4% menor na comparação entre junho de 2023 e junho de 2024. A análise é do Boletim Casa Rural – Pecuária, Economia e Mercado, publicado esta semana pela Famasul (Federação a Agricultura e Pecuária de MS). Somente este mês, confirma a entidade, o boi gordo registrou queda de 2,4% em 15 dias.

Em 15 dias, entre 3 e 18 de junho/24, o valor da arroba da vaca apresentou desvalorização de 1,3% e foi cotada a R$ 191,25 no dia 18. A arroba da vaca está 11,3% inferior na comparação entre junho 2023 e 2024.

A previsão é de que poderá haver recuperação no valor em função da oferta de animais mais comedida porque é um período de entressafra. A aposta é que as exportações continuem crescente e contribuam para o escoamento da produção. No comparativo anual o valor da arroba em 2024 permanece abaixo de 2023.

Com atualização do valor da arroba pelo IGP-DI o resultado registra desvalorização real entre maio de 2023 e maio de 2024. O boi gordo cotado ao valor médio de R$ 216,10/@ e desvalorizou 11,4%, no período. A arroba da vaca decresceu 11,5% e foi cotada ao valor médio de R$ 196,95 em maio deste ano. A oferta de boi gordo decresceu mas a oferta de vacas aumentou. Esses fatos influenciaram no comportamento do preço da arroba.

Abate de vacas aumenta

O relatório da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal), demonstra que MS movimentou 394,8 mil animais para abate em maio/2024, representando queda 0,90% em relação a abril e aumento de 52,2% em relação aos 259,3 mil animais de maio de 2023. Nos cinco meses o total de animais para abate somou 1,89 milhão de cabeças, foi 33,3% maior que o número de igual período de 2023. Do número de animais produzidos 876,2 mil foram vacas, o que representou aumento de 17% em relação aos 748,9 mil dos cinco meses de 2023. E respondeu por 46,3% dos animais abatidos nos cinco meses de 2024.

No mês de maio de 2024 as indústrias inscritas no SIF (Serviço de Inspeção Federal) abateram 305,5 mil animais. Esse número representou alta de 2,1% em relação ao mês de abril e foi 19,0% maior que os 256,7 abates de maio de 2023. Nos cinco meses o total atingiu 1,47 milhão de animais abatidos, superando em 18,7% os 1,24 milhão de abates dos cinco meses de 2023. As fêmeas representaram 45,0% dos abates nos primeiros cinco meses de 2024 com o equivalente a 663,6 mil animais.

Mercado futuro desfavorável

No período de 03 a 17/06/2024, houve desvalorização no preço da arroba do boi gordo na Bolsa brasileira B3. No contrato de junho/2024 a arroba foi negociada a R$ 224,90, significou queda de 0,46% frente ao valor de R$ 225,95, do início do mês. No vencimento de julho/2024, a desvalorização foi de 0,75% com valor de R$ 231,25, no fechamento de 17/06.

 O contrato de agosto/2024, o único com alta, avançou 0,13% entre 03 e 17/06 com a arroba encerrando o período a R$ 235,00. Nos contratos de setembro, outubro e novembro/2024 a queda no valor da arroba foi 0,11%, 0,16% e 1,14%, respectivamente. O valor da arroba foi R$ 236,80 no vencimento de setembro, R$ 242,10 no vencimento de outubro e R$ 243,60 no contrato de novembro. No contrato de dezembro/2024 os negócios ocorreram ao valor de R$ 246,75 por arroba, em 17/06.

Exportações aumentaram

No mês de maio a exportação de carne bovina in natura de MS, foi US$ 97,2 milhões em receita e 20,8 mil toneladas em volume. O resultado ficou 2,2% maior em valor e 1,9% maior em volume, quando comparado a abril. Em relação a maio de 2023 houve avanço de 17,3% na receita e crescimento de 22,3% no volume. No período de janeiro a maio de 2024 a receita foi US$ 444,5 milhões e o volume totalizou 94,5 mil toneladas. Esses números superaram o resultado de igual período de 2023, com alta de 22,4% na receita e volume 23,4% maior de um ano para o outro.

O Brasil exportou US$ 4,2 bilhões e 946,5 mil toneladas de carne bovina, nos primeiros cinco meses de 2024, resultando no aumento de 26,9% na receita e alta de 37,3% no volume quando comparados a 2023. A China é o principal destino da carne bovina in natura sul-mato-grossense, com 21,4% do faturamento. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS