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Consórcio de soja com pastagem é alternativa para garantir alimento para o gado

O sistema é recomendado também para os produtores rurais que já utilizam ILP, nos biomas Cerrado e Mata Atlântica

| SÚZAN BENITES/CORREIO DO ESTADO


Consórcio de soja com pastagem é alternativa para garantir alimento para o gado - Foto: Divulgação

O consórcio de pastagem em meio às lavouras de soja pode ser uma alternativa para antecipação da formação de forragem no inverno. Os pesquisadores da Embrapa validaram o Antecipasto, um sistema de consorciação soja e vegetação forrageira para ser adotado em sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP). 

A tecnologia foi testada em propriedades rurais de Mato Grosso do Sul com bons resultados. Nessa técnica, parte do período do plantio da forrageira ocorre em cultivo consorciado na entrelinha da soja, antecipando a formação de pastagem, sem causar redução da produtividade de grãos da oleaginosa.

O Antecipasto pode amenizar os impactos do inverno na vida do pecuarista como a falta de pasto na estação seca, o atraso no estabelecimento de pastagens e o insucesso na sua formação.

Para os agricultores, é uma possibilidade para abrir novas áreas com sistemas integrados de produção, assim como aquisição de terras a valores acessíveis e potencial agrícola, além de melhorias nas condições do solo.

“É uma tecnologia que não compromete o rendimento de grãos da soja. Intensifica a produção e antecipa a formação de pastagem e o pastejo”, avalia o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Luís Armando Zago.

O sistema é recomendado também para os produtores rurais que já utilizam ILP, nos biomas Cerrado e Mata Atlântica, e necessitam de produção de forragem para alimentação animal na época mais crítica do ano para o pecuarista: o inverno.

Em entrevista ao Correio do Estado, o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande (SRCG), Alessandro Coelho, ressaltou que o produtor rural precisa estar em sintonia com a tecnologia. 

“Hoje, o produtor rural tem de ter cultura, acesso à tecnologia, acesso a todas informações. Por isso, quando a gente fala em sustentabilidade, a gente trabalha o social, daí aplicação de tecnologia para você melhorar. E a tecnologia é aplicada se houver algum benefício, seja ele ambiental, seja ele social, seja ele econômico. Normalmente, os três benefícios aparecem juntos”, avalia.

FLORESTAS
Outra técnica já difundida em Mato Grosso do Sul é a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). O levantamento da Rede ILPF de 2020 aponta que o Estado aparece no topo como o primeiro em área de integração no País, com 3,1 milhões de hectares consorciados. 

O Estado também aparece entre os maiores com áreas de florestas plantadas. Exemplo disso são as operações da MS Florestal. Conforme o governo estadual, a empresa do grupo RGE deve chegar a 50 mil hectares plantados nos próximos anos em Mato Grosso do Sul.

Desse total, em boa parte dos hectares plantados é utilizada a técnica de parceria florestal, quando o produtor usa parte da propriedade dele para plantar eucalipto, podendo estar consorciado com agricultura ou pecuária. 

As áreas de florestas plantadas com produção destinada às fábricas de celulose da Suzano e da Eldorado, já instaladas em MS, também utilizam o conceito de parceria florestal.


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